quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Case O Boticário


A Rua Saldanha Marinho 214, no Centro de Curitiba, Paraná, foi o endereço de uma farmácia de manipulação que poderia passar anônima como suas semelhantes espalhadas pelo país não fosse por um motivo. Este local, em 1977, foi o ponto de partida para a criação de O Boticário, hoje com mais de 2.400 lojas espalhas pelo Brasil, dono de um faturamento de R$ 650 milhões e maior franqueador brasileiro.

O que possibilitou estes resultados foi a visão de Miguel Krigsner (foto), Presidente e fundador de O Boticário. Na década de 1970, as farmácias de Curitiba se limitavam ao preparo medicamentos. Em São Paulo, porém, já havia drogarias que fabricavam loções e cremes cosméticos. “Pesando prós e contras desse nicho de mercado, decidi retomar, para a área dermatológica, o conceito de preparar fórmulas – prescritas pelos médicos em composições específicas para cada paciente. Esta atividade também permitiria a formulação de cremes, loções e xampus personalizados”, conta Krigsner ao Mundo do Marketing. Agora, O Boticário conta com mais de 600 produtos para cuidados para o corpo, cuidados faciais, protetores solares, maquiagem, desodorantes colônias, desodorantes, sabonetes e xampus.



A fórmula de sucesso começou a borbulhar com a inauguração de uma loja no Aeroporto Afonso Pena em 1979, um misto de farmácia e perfumaria. A sofisticação do ambiente e os produtos expostos atraíram a curiosidade das pessoas, que acabavam entrando e perguntando: “Posso experimentar este perfume?”. Mais do que conhecer os produtos, os atuais clientes passaram a revendê-los. “Aos poucos uma rede de revendedores informais foi criada. Um dos primeiros foi um pesquisador do Sebrae que comprou vários perfumes para que uma amiga os revendesse na Embaixada da França, em Brasília”, relembra Krigsner.

Entre os produtos mais vendidos, o perfume e a linha de Acqua Fresca era a que sobressaia. Depois disso, logo apareceram pessoas que queriam abrir uma loja com aqueles artigos exclusivamente brasileiros, feitos com matéria-prima natural.


Estava dado o primeiro passo para a concepção de franquias. A primeira foi em Brasília, em 1980. E, para fabricar os produtos em maior escala, entrou em cena a fábrica em São José dos Pinhais (PR), um ano depois.

O segundo grande momento de expansão da marca aconteceu em 1985, quando já contando com cerca de 500 lojas espalhadas pelo país, inaugurou sua primeira loja fora do Brasil, no shopping das Amoreiras, em Lisboa, dando início às cerca de 70 franquias que se espalham por Portugal atualmente.

Em 2002, a empresa já possuía 2.100 lojas abertas. Foi neste mesmo ano que a marca lançou sua loja virtual na Internet.

Em janeiro de 2006, O Boticário recebeu, em Nova Iorque, o prêmio de Varejista Internacional do Ano (The International Retailer of The Year), concedido pela Federação Nacional de Varejo dos Estados Unidos. O ano de 2007 – em que a empresa completou 30 anos - foi bastante positivo: implantou um novo padrão de loja, lançou produtos com a participação do consumidor, colocou no mercado seu segundo Eau de Parfum e iniciou um relacionamento mais próximo com o público masculino.

Os produtos
Atualmente a linha de produtos O Boticário possui cerca de 600 itens divididos em cuidados para o corpo, cuidados faciais, protetores solares, bronzeadores, maquiagem, deo-colônias, desodorantes, sabonetes, xampus e condicionadores.

Lojas interativas
Tudo começou em 1998, quando a empresa levantou dados sobre o comportamento de seus consumidores, culminando com a decisão pelas chamadas lojas interativas. Baseado na revelação de que os clientes gostavam de manusear os produtos antes de comprar e sentiam-se intimidados, diante de um balcão da loja, O Boticário promoveu uma reforma geral em seus estabelecimentos comercias.

Sumiram os balcões, apareceram expositores em ilhas, os produtos ganharam maior destaque em meio a móveis claros e decoração em tons de azul e verde, os ambientes ficaram mais descontraídos e as vendedoras passaram a receber treinamento para prestar consultoria aos clientes. Um ano após a adoção do conceito das lojas interativas, as vendas por estabelecimento tiveram um incremento de 25%.

Em 2002, as lojas interativas ganharam melhorias na decoração, como fotografias coloridas e iluminação mais aconchegante. As consultoras - nome dado às vendedoras de lojas - receberam novos uniformes, equipados com um cinto próprio para guardar e divulgar lançamentos, como produtos de maquiagem (base, batom, lápis, blush, rímel, etc).



Postado por : Taís Leite

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